Traduzido por Roberto Almeida
1. A lista Lagarde, um rol das grandes fortunas gregas que cometem evasão fiscal e que a ex-Ministra das Finanças francesa havia entregue ao ex-Ministro Grego de Finanças Giorgos Papakonstatinu, está se transformando em um grande escândalo. Tal lista passou pelas mãos de dois ministros e um primeiro-ministro, que conseguiram mantê-la em segredo até que o jornalista Kostas Vaxevanis publicou seu conteúdo: os nomes de mais de 2 mil depositantes gregos com contas na filial suíça do HSBC, que são suspeito de terem evadido divisas.
Agora os rumores dão conta de que a primeira versão da lista publicada contém um número de supostos fraudadores menor que a segunda e mais recente versão, lançando fortes suspeitas sobre o ex-ministro das Finanças Giorgos Papakonstantinu, que supostamente manipulou o conteúdo da lista para ocultar uma eventual evasão de divisas de seus familiares. Na sequência dessas revelações, 71 parlamentares gregos apresentaram no Parlamento um pedido de investigação contra o ex-Ministro de Finanças. Os deputados pertencem aos três partidos da coalizão do governo, mas nenhum líder de partido ratificou o pedido.
Por outro lado, o fato de que o interesse dos deputados que fizeram o pedido se concentre apenas em Giorgos Papakonstantinu levanta também dúvidas e suspeitas. De acordo com informações relacionadas ao caso, acredita-se que Evangelos Venizelos, líder do PASOK e antecessor de Papakonstantinu no Ministério das Finanças, e Giorgos Papandreo, que era primeiro ministro quando a lista foi enviada, podem estar envolvidos.
A Syriza está tentando incluir na investigação estes dois políticos influentes, alegando que suas atitudes também deve ser consideradas pela Comissão de Investigação.
Espera-se que a proposta dos 71 deputados seja anunciada no Parlamento na segunda-feira, seguida de um debate e votação nas próximas duas semanas. Dependendo dos resultados da Comissão, o Parlamento decidirá se as pessoas envolvidas serão levadas à Justiça, e qual tribunal será encarregado de julgá-las.
Em nosso informativo anterior, referimo-nos extensamente a esse assunto, com base na investigação feita pela rbnews, que será publicada em breve em nossa página da internet em inglês.
2. Segundo uma investigação da revista Unfollow publicada ontem, magnatas gregos alegaram renda extremamente baixa em sua declaração fiscal. Mais especificamente, as declarações de renda mostram que quatro renomados empresários gregos apresentaram renda anual de 18 mil a 30 mil euros. O ponto mais interessante da reportagem que não se pode supor um crime, já que os contribuintes com benefícios empresariais substanciosos têm a oportunidade legal de pedir deduções fiscais significativas. A reportagem também assinala que esse tipo de dedução continua presente no novo projeto de lei sobre impostos.
3. Um grupo de meninos e meninas menores de idade retidas no centro de detenção de imigrantes em Amigdalesa iniciaram uma greve de fome dada a crueldade de um policial sobre um prisioneiro de 11 anos. Eles explicam que quando o garoto pediu para ir ao banheiro, foi duramente agredido pela polícia e que teve de ser enviado ao hospital como consequência dessa agressão.
Os presos em Amigdalesa denunciam também que a tortura é um fenômeno comum: por vezes eles são surrados e humilhados, e são abandonados durante horas sem comida.
4. Duas empresas no norte da Grécia escolheram a véspera de ano novo para anunciar a demissão se seu pessoal. Uma delas, o luxuoso hotel de Porto Karras, despediu 58 empregados, entre eles quatro sindicalistas. Os trabalhadores falam de demissões arbitrárias e em massa, e reclamam que não receberam parte de seus salários. O assunto ainda não foi à Justiça. Os empregadores sustentam que as demissões afetaram apenas os temporários, que deveriam ser dispensados durante o inverno. Mas o fato de que os dirigentes sindicais também perderam seus postos de trabalho transforma as demissões em abuso de direitos trabalhistas. A Syriza apresentou uma questão parlamentar sobre o tema, sobre a qual o ministro respondeu com pouca clareza.
No mesmo dia, a rede de supermercados Arvanitidis levou a cabo oito demissões em uma de suas lojas, na cidade de Katerini. O “centro dos trabalhadores” da cidade classifica as demissões como vingança pela greve com participação massiva na mesma loja. Este fato, segundo o “centro dos trabalhadores”, faz da demissão uma decisão ilegal e injusta.
Lamentavelmente, esses abusos por parte do empresariado estão amplamente cobertos pela nova lei laboral, imposta no último memorando.
Por outro lado, o ano de 2013 segue a tendência de 2012 tanto em suicídios como em greves: no primeiro dia do ano um homem de 63 anos, morador de Kardita, cometeu suicídio, enquanto o transporte público de Atenas estava em greve.
5. No domingo, 30 de desembro, comerciantes e comerciários marcharam pelas ruas de Atenas contra a abolição do descanso dominical no comércio. Centenas de trabalhadores se reuniram, distribuíram folhetos e passaram pelas ruas mais movimentadas da cidade e por um grande centro comercial (Ática), que estava ocupado pela polícia. Não houve enfrentamentos, e a maioria dos consumidores responderam positivamente à mobilização.
6. Em Corinto, membros do Aurora Dourada atacaram torcedores do time de futebol AEK que distribuíam comida e roupa a gregos e imigrantes. Um membro do partido neonazi, E. Bukúras, participou do ataque, e foi denunciado pelas associações de torcedores do time em várias cidades.
Ao mesmo tempo, os membros do Aurora Dourada Yannis Lagos e Illias Kassidiaris foram ao Chipre para assistir à apresentação oficial do candidato do partido ELAM às eleições presidenciais, marcadas para fevereiro. ELAM é o partido associado ao Aurora Dourada no Chipre. Durante a apresentação, os membros do Aurora Dourada classificaram o ELAM Amanhecer Dourada como “o Aurora Dourada no Chipre”, e entraram em um delírio nacionalista e anticomunista, citando “a defesa do espaço comum de Grécia e Chipre”, que poderia ser uma “zona unida econômica exclusiva”, assinalado que “a união entre Grécia e Chire é desejável, e que pode se realizar desta maneira”. Os comentários provocaram reações da imprensa turca, às quais o líder do Aurora Dourada, Nikos Michaloliakos respondeu afirmando que “os turcos chegaram ao Chipre com armas, e pelas mesmas armas irão embora”.
7. Depois da invasão da Vila Amalia e a abolição do asilo universitário, o governo soltou um novo ataque contra um espaço autogestionado. Desta vez o alvo era a estação de rádio Entassi, localizada na Universidade de Economia de Atenas (AUEB, na sigla em grego), com a desculpa de que uma chamada anônima havia denunciado um depósito de produtos de comércio ilegal dentro da universidade.
A polícia prendeu 16 imigrantes (pequenos comerciantes e passantes) ao redor da universidade e confiscaram o equipamento da estação de rádio, além de material do espaço autogestionado. A estação está em funcionamento desde 2002 e foi por vezes uma fonte relevante de contra-informação.
1. A lista Lagarde, um rol das grandes fortunas gregas que cometem evasão fiscal e que a ex-Ministra das Finanças francesa havia entregue ao ex-Ministro Grego de Finanças Giorgos Papakonstatinu, está se transformando em um grande escândalo. Tal lista passou pelas mãos de dois ministros e um primeiro-ministro, que conseguiram mantê-la em segredo até que o jornalista Kostas Vaxevanis publicou seu conteúdo: os nomes de mais de 2 mil depositantes gregos com contas na filial suíça do HSBC, que são suspeito de terem evadido divisas.
Agora os rumores dão conta de que a primeira versão da lista publicada contém um número de supostos fraudadores menor que a segunda e mais recente versão, lançando fortes suspeitas sobre o ex-ministro das Finanças Giorgos Papakonstantinu, que supostamente manipulou o conteúdo da lista para ocultar uma eventual evasão de divisas de seus familiares. Na sequência dessas revelações, 71 parlamentares gregos apresentaram no Parlamento um pedido de investigação contra o ex-Ministro de Finanças. Os deputados pertencem aos três partidos da coalizão do governo, mas nenhum líder de partido ratificou o pedido.
Por outro lado, o fato de que o interesse dos deputados que fizeram o pedido se concentre apenas em Giorgos Papakonstantinu levanta também dúvidas e suspeitas. De acordo com informações relacionadas ao caso, acredita-se que Evangelos Venizelos, líder do PASOK e antecessor de Papakonstantinu no Ministério das Finanças, e Giorgos Papandreo, que era primeiro ministro quando a lista foi enviada, podem estar envolvidos.
A Syriza está tentando incluir na investigação estes dois políticos influentes, alegando que suas atitudes também deve ser consideradas pela Comissão de Investigação.
Espera-se que a proposta dos 71 deputados seja anunciada no Parlamento na segunda-feira, seguida de um debate e votação nas próximas duas semanas. Dependendo dos resultados da Comissão, o Parlamento decidirá se as pessoas envolvidas serão levadas à Justiça, e qual tribunal será encarregado de julgá-las.
Em nosso informativo anterior, referimo-nos extensamente a esse assunto, com base na investigação feita pela rbnews, que será publicada em breve em nossa página da internet em inglês.
2. Segundo uma investigação da revista Unfollow publicada ontem, magnatas gregos alegaram renda extremamente baixa em sua declaração fiscal. Mais especificamente, as declarações de renda mostram que quatro renomados empresários gregos apresentaram renda anual de 18 mil a 30 mil euros. O ponto mais interessante da reportagem que não se pode supor um crime, já que os contribuintes com benefícios empresariais substanciosos têm a oportunidade legal de pedir deduções fiscais significativas. A reportagem também assinala que esse tipo de dedução continua presente no novo projeto de lei sobre impostos.
3. Um grupo de meninos e meninas menores de idade retidas no centro de detenção de imigrantes em Amigdalesa iniciaram uma greve de fome dada a crueldade de um policial sobre um prisioneiro de 11 anos. Eles explicam que quando o garoto pediu para ir ao banheiro, foi duramente agredido pela polícia e que teve de ser enviado ao hospital como consequência dessa agressão.
Os presos em Amigdalesa denunciam também que a tortura é um fenômeno comum: por vezes eles são surrados e humilhados, e são abandonados durante horas sem comida.
4. Duas empresas no norte da Grécia escolheram a véspera de ano novo para anunciar a demissão se seu pessoal. Uma delas, o luxuoso hotel de Porto Karras, despediu 58 empregados, entre eles quatro sindicalistas. Os trabalhadores falam de demissões arbitrárias e em massa, e reclamam que não receberam parte de seus salários. O assunto ainda não foi à Justiça. Os empregadores sustentam que as demissões afetaram apenas os temporários, que deveriam ser dispensados durante o inverno. Mas o fato de que os dirigentes sindicais também perderam seus postos de trabalho transforma as demissões em abuso de direitos trabalhistas. A Syriza apresentou uma questão parlamentar sobre o tema, sobre a qual o ministro respondeu com pouca clareza.
No mesmo dia, a rede de supermercados Arvanitidis levou a cabo oito demissões em uma de suas lojas, na cidade de Katerini. O “centro dos trabalhadores” da cidade classifica as demissões como vingança pela greve com participação massiva na mesma loja. Este fato, segundo o “centro dos trabalhadores”, faz da demissão uma decisão ilegal e injusta.
Lamentavelmente, esses abusos por parte do empresariado estão amplamente cobertos pela nova lei laboral, imposta no último memorando.
Por outro lado, o ano de 2013 segue a tendência de 2012 tanto em suicídios como em greves: no primeiro dia do ano um homem de 63 anos, morador de Kardita, cometeu suicídio, enquanto o transporte público de Atenas estava em greve.
5. No domingo, 30 de desembro, comerciantes e comerciários marcharam pelas ruas de Atenas contra a abolição do descanso dominical no comércio. Centenas de trabalhadores se reuniram, distribuíram folhetos e passaram pelas ruas mais movimentadas da cidade e por um grande centro comercial (Ática), que estava ocupado pela polícia. Não houve enfrentamentos, e a maioria dos consumidores responderam positivamente à mobilização.
6. Em Corinto, membros do Aurora Dourada atacaram torcedores do time de futebol AEK que distribuíam comida e roupa a gregos e imigrantes. Um membro do partido neonazi, E. Bukúras, participou do ataque, e foi denunciado pelas associações de torcedores do time em várias cidades.
Ao mesmo tempo, os membros do Aurora Dourada Yannis Lagos e Illias Kassidiaris foram ao Chipre para assistir à apresentação oficial do candidato do partido ELAM às eleições presidenciais, marcadas para fevereiro. ELAM é o partido associado ao Aurora Dourada no Chipre. Durante a apresentação, os membros do Aurora Dourada classificaram o ELAM Amanhecer Dourada como “o Aurora Dourada no Chipre”, e entraram em um delírio nacionalista e anticomunista, citando “a defesa do espaço comum de Grécia e Chipre”, que poderia ser uma “zona unida econômica exclusiva”, assinalado que “a união entre Grécia e Chire é desejável, e que pode se realizar desta maneira”. Os comentários provocaram reações da imprensa turca, às quais o líder do Aurora Dourada, Nikos Michaloliakos respondeu afirmando que “os turcos chegaram ao Chipre com armas, e pelas mesmas armas irão embora”.
7. Depois da invasão da Vila Amalia e a abolição do asilo universitário, o governo soltou um novo ataque contra um espaço autogestionado. Desta vez o alvo era a estação de rádio Entassi, localizada na Universidade de Economia de Atenas (AUEB, na sigla em grego), com a desculpa de que uma chamada anônima havia denunciado um depósito de produtos de comércio ilegal dentro da universidade.
A polícia prendeu 16 imigrantes (pequenos comerciantes e passantes) ao redor da universidade e confiscaram o equipamento da estação de rádio, além de material do espaço autogestionado. A estação está em funcionamento desde 2002 e foi por vezes uma fonte relevante de contra-informação.
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